O moço canta de dentro daquela caixinha eletrônica enquanto a garota se olha no espelho. Tem dias que são assim: Ela nem se reconhece ao ver aquele reflexo.
Na sua sobrancelha, uns fios fora do lugar que não existiam no dia anterior. Assim como algumas acnes e seu mau-humor.
Tinha que se aprontar para sair dentro de instantes. Mas de repente, seu nariz era largo demais, suas pernas eram finas, seu cabelo não tomava jeito e nenhuma roupa lhe servia. Antes, a blusa que experimentou lhe caía bem, mas agora não mais.
Até abdicou do seu chocolate depois do almoço, entretanto, aquelas gordurinhas estrategicamente localizadas eram persistentes demais. Tão persistentes quanto a garota não era:
- Alô... Amiga?
- Oi?!
- Furou. Eu morguei.