terça-feira, 20 de julho de 2010

Surpresa

- Oi, amiga!
- Oi... Te chamei aqui porque precisava muito mesmo falar com você.
- Aconteceu alguma coisa? Poxa, você tá tão séria...
- Não se faça de doida! Cara, eu li as mensagens que você mandou para ele ontem. "Estarei te esperando naquele lugar"
- Mas isso f...
- E as ligações? Contei pelo menos 7 ligações da semana passada do seu celular pro dele!
- Você não t...
- Mas que merda! Eu confiava em você. Eu contava tudo sobre nós dois pra você. O que foi que você fez?
- Para! Deixa eu falar, pelo amor de Deus!
- E você quer se justificar? Faça-me um favor! Sua voz me dá nojo.
- Na verd...
- Porra, tô prestes a fazer 22 anos e é assim que você me presenteia? Como eu fui burra! Burra!
- Quer saber? Não tenho que ficar aqui ouvindo isso não!
- É isso mesmo! Ponha-se daqui pra fora! Volte pro inferno de que você saiu, demônio!

(...)

*SURPRESA!*

- Nossa, gente, obrigada! Nunca tive festa surpresa antes. Obrigada!
- Pois é, meu amor. Preparamos pra você. Pena que sua amiga não veio. Achei estranho demais! Essa semana ela me ligava insistentemente pra eu vir. Cuidou de todos os detalhes da festa e nem veio pra ver sua carinha feliz.

sábado, 17 de julho de 2010

Portas

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Fechar a porta é fácil demais, mas é covarde. Não há como saber o que existe atrás dela sem abrir.

Sinto muito se você se tranca. Eu abro. Procuro abrir todas as portas que eu vejo, porque o mundo que eu não conheço me atrai.

E a cada porta aberta, me transformo. Fico mais forte ao empurrar as mais pesadas, minha mão se modula para o encaixe em cada maçaneta.

Você ai trancado não cresce! É como vitelo encaixotado. Talvez um dia a chave se perca. Encontre.

Ao menos se tocarem sua campainha, receba. Pode ser alguém como eu querendo abrir mais uma porta, e, com sorte, viveremos juntos bons momentos a portas fechadas.

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quinta-feira, 8 de julho de 2010

A Caixa

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O lápis derrama palavras desconexas. Desconexas para quem está de fora, é verdade. Porque o dono do lápis compreende cada frase. Inclusive as não-escritas.

São versos direcionados a alguém que jamais os lerá. São palavras de amor que ficarão para sempre registradas naquele caderno guardado no fundo da caixa.

Sabendo que não serão lidas, as palavras repousam sobre o papel sem nenhum cálculo de peso. Elas excluem os eufemismos e dão forma ao exagero desse sentimento. Sim, dão forma. Porque antes de descrito ele não cabia em nenhum molde. Agora, o que é sentido preenche os limites das letras e se torna exatamente o que elas dizem.

Completar linhas e páginas de amor é uma maneira de fazê-lo caber naquela caixa, deixando assim, o dono do lápis aliviado, porque ali, guardado, o sentimento não transborda - dentro dele já nem cabe mais.
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terça-feira, 22 de setembro de 2009

Faça a Diferença.

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Antes mesmo do nascimento já se começa a investir: pré-natal, enxoval, licor e lembrancinhas para visitas. Crescemos e a gastança continua com alimentação, vestuário, plano de saúde, escola e o escambal. Quanto se gasta numa vida inteira?
Devemos incluir também nossos esforços: Estudar para o vestibular, conseguir um bom emprego, ganhar dinheiro, atender a todas as exigências (profissionais, familiares e pessoais).
A gente chora. A gente ri. A gente ama.
E depois? Acaba. Durante uns dias alguém sofre pela perda. E só.
Que DIFERENÇA você fez para o MUNDO?
Valorize seus esforços e se eternize.
Produza alguma coisa, seja útil. Mereça ser citado. Dê motivos para que coloquem seu nome em alguma rua. Não viva em vão. FAÇA a DIFERENÇA.
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Nos sonhos tudo parece tão verdadeiro
Eu não quero viver em vão
Posto que vivo por inteiro

Tento escrever meu nome na História
Nem que seja na de alguém
E que me perdoem se minha glória
For menos do que já têm.

Quero ver coisas por aí
Assinadas com meu nome
Que tenham medo de me trair
Os (ricos) que não passam fome!

Quero fazer ciência
Não quero passar despercebido
Quero que usem minha sapiência
Quero provocar a libido.

E que meus versos se percam na noosfera
Virem ditos populares
Atinjam toda biosfera
Entrem em todos os lares

Porque nos sonhos tudo é tão verdadeiro
E eu não quero viver em vão
Posto que vivo por inteiro!

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segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Idade Nova!

Foi uma dia desses! - Todos diziam.
E já fazem duas décadas.
É nessa brincadeira que vem à mente todas aquelas frases ditas quando se é criança:
- Depois dos 15, o tempo voa!
Dos 15 para hoje, já se foram 5 anos, e todas essas frases que ecoam na minha cabeça, agora fazem sentido.

Os dias são longos, mas os anos...

domingo, 14 de setembro de 2008

Quem é verdadeiramente livre?

E de repente ele se percebeu. Notou que todos os dias ele encenava, vestia o figurino de seus próprios rótulos no seu cenário limitado. Logo ele que sempre foi elogiado pela sua personalidade única e pelo modo de expor seu ponto de vista e idéias. Achava que vivia em um país democrático e que era livre pra fazer o que desse vontade.
Decepcionou-se ao admitir para si que o que fazia era simplesmente 'dançar conforme a música'. Entendeu que o original é inexistente e que regras invisíveis prevalecem sobre sua autenticidade.
Logo ele que sempre foi moldado para ter sua personalidade única e o melhor modo de expor ponto de vista e idéias. Sabe que vive em um país forçadamente democrático e que faz o que é meramente aceitável.

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Enquete filosófica:

Quem tenta ser livre e fazer TUDO que dá vontade é:
a) Brega
b) Louco
c) Acaba na cadeia

domingo, 10 de agosto de 2008

História do Teorema

Hoje, meu dia foi muito cosseno. Passei a maior parte do tempo resolvendo meus problemas e coisas da minha conta.
Cheguei em casa, e até aí tudo 10. Logo depois, percebi que algo em minha trigonometria estava faltando: Cateto 1 e Cateto 2. Chamei com urgência meu amigo Seno, que se hospedara em minha residência. Ele estava no vértice dos fundos. "O que está acontecendo?", perguntei. E o Seno me respondeu que as crianças haviam fugido. A entrega dos boletins aconteceu pela manhã e eles estavam com medo do castigo.
Era só o que me faltava! Aquilo era um obtuso! Eles tinham que saber que comigo o triângulo é retângulo! Fui até a casa do Báskara (sabia que os meninos estariam com o avô) e trouxe-os de volta. Apliquei-lhes um teorema e mandei-os subir ao quadrado. Então, minha esposa apareceu. Por sorte, já era noite - não via a hora que aquilo tudo passasse e amanhã chegasse logo. Eu e Hipotenusa fomos imediatamente para o nosso quarto. Ela com seu ângulo agudo e eu com minha aresta passamos os melhores momentos do dia (Huum, e que momentos!).
Ah, desculpem minha má educação. Tenho mania de despejar meus problemas sem sequer me apresentar. Eu sou o Pitágoras, prazer.